Reconhecido mundialmente por sediar grandes jogos de futebol, o Mineirão se consolida também como um exemplo de gestão sustentável e respeito ao meio ambiente. O estádio é o primeiro e único do Brasil a conquistar o selo Platinum do Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), o nível mais alto da certificação, reconhecida em 143 países, e que atesta o compromisso com práticas sustentáveis em construções e operações.

O feito foi alcançado há 11 anos, em 2014, reforçando o pioneirismo do estádio no país. Segundo levantamento do portal ge.globo, que consultou especialistas da área, o Mineirão está entre os cinco estádios mais sustentáveis do mundo.

Desde 2010, o espaço multiuso é administrado por uma Parceria Público-Privada (PPP) entre o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), e a concessionária Minas Arena.

Para o secretário da Seinfra, Pedro Bruno, o Mineirão é a prova de que é possível unir inovação e cuidado com o meio ambiente. “O Mineirão mostra que é possível conciliar tradição, modernidade e responsabilidade ambiental. Cada ação de sustentabilidade adotada inspira outros equipamentos públicos e privados a seguirem o mesmo caminho”, afirma.

Entre as principais iniciativas, destaca-se a usina solar fotovoltaica instalada no local, com capacidade para gerar 1.800 MWh por ano, volume suficiente para abastecer, em média, 1.400 residências. Toda a iluminação de áreas abertas e equipamentos é regulável e, desde março de 2023, as luzes esportivas no campo de jogo contam com tecnologia de LED, que garante ainda mais economia.

"O Mineirão é um prédio tombado pelo patrimônio público. Essa era nossa primeira premissa. E tudo o que fizemos de eficiência energética e hidráulica foi novidade. Desde a obra, tudo o que derrubamos de alvenaria, de ferro retirado, nós reaproveitamos na própria obra. Até os caminhões que tinham os pneus lavados para não sujarem a rua usavam água reaproveitada", lembra Otávio Goes, gerente técnico do Mineirão.

A preocupação com os resíduos sólidos também é prioridade. Em dias de jogos e eventos, o estádio atua em parceria com a Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Materiais Reaproveitáveis de Belo Horizonte (Asmare), promovendo a coleta seletiva e o reaproveitamento de materiais.

Enquanto o Brasil recicla 2% do lixo que produz, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, o Mineirão reaproveita 25% dos materiais. Só na temporada 2024, o Mineirão reciclou 121 toneladas de lixo, em 27 jogos, 23 eventos e no dia a dia do estádio.

Já no campo, os resíduos da poda do gramado são encaminhados para compostagem.

O Mineirão também realiza o descarte correto de eletroeletrônicos, pilhas, baterias, óleo de cozinha e resíduos perigosos, em parceria com empresas licenciadas.

Na gestão hídrica, o estádio conta com um sistema capaz de armazenar até cinco milhões de litros de água da chuva. Captado pela cobertura, o volume é direcionado a reservatórios sob as arquibancadas e passa por tratamento antes de ser utilizado na irrigação do gramado, em bacias sanitárias e mictórios.

A medida atende cerca de 70% da demanda hídrica do estádio e garante autonomia por até três meses durante os períodos de estiagem.

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Histórico

Inaugurado em 1965, o Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, completa 60 anos em setembro de 2025. Desde o início da PPP, em 2010, o estádio passou por diversas reformas e sediou grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo. Além disso, as intervenções ampliaram e diversificaram seus espaços de uso público, como a esplanada, os estacionamentos e as áreas comerciais.

Fotos: Mineirão/Agência i7

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